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09 maio 2011

O caso dos exploradores de caverna

Fichamento Analítico



FULLER, Lon L. O Caso dos Exploradores de Cavernas. Tradução de Plauto Faraco de Azevedo. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris, 1993.



No ano de 4299, cinco membros da Sociedade Espeleológica (organização amadorística de exploração de cavernas) adentraram em uma caverna de rocha calcária. Após entrarem na caverna e estando eles a uma distância considerável da entrada desta, ocorre um desmoronamento que bloqueou por completo o acesso impedindo-os de saírem. Observando a demora da volta dos 4 exploradores, o secretário da Sociedade comunicou a família e enviou uma equipe de socorro prontamente no local, onde esta, revelou que a tarefa era difícil.



O trabalho de resgate foi extremamente duro e muito difícil. Novos deslizamentos de terra ocorreram, e em um desses episódios, 10 bombeiros morreram soterrados. No vigésimo dia, foi descoberto que os exploradores possuíam um radio transmissor, com isso foi possível a comunicação entre os exploradores e o acampamento de resgate. Os exploradores, representados por Whetmore, perguntaram quanto tempo no mínimo, levaria o resgate. A resposta foi que o resgate levaria no mínimo mais dez dias. Depois perguntaram se poderiam sobreviver mais dez dias sem alimentação (resposta negativa) e se caso de alimentassem de carne humana, teriam chances de sobreviver (resposta positiva).

Após as respostas, os exploradores tentaram perguntar as autoridades religiosas, judiciárias e médicas, a fim de saber a moralidade e legalidade do ato que estavam prestes a cometer, qual seja, o de comer carne humana na situação em que se encontravam. As autoridades não deram respostas.

Em seguida, a comunicação foi interrompida e os exploradores decidiram sacrificar um dos cinco, para assim pudessem sobreviver os outros. Propôs-se um sorteio para a escolha daquele que seria sacrificado. Antes do início do jogo, Whetmore desistiu de participar e aconselhou que esperassem mais uma semana. Seus colegas o acusaram de traição e procederam ao lançamento dos dados. Quando chegou a vez de Whetemore, ele se absteve de jogar, mas mesmo assim jogaram o dado por ele que acabou sendo o escolhido. Foi morto e sua carne serviu de alimento para seus companheiros que sobreviveram e foram salvos no 30º dia.

Posteriormente, os sobreviventes foram a julgamento e em primeira instância foram condenadas à pena de morte em segunda instância foram analisados por quatro juízes.

Foster propõe a absolvição dos réus fundamentando-se numa posição jus naturalista, alegando que quando Whetemore foi morto eles não se encontravam em um estado de sociedade civil, mas em um estado natural e por isso a lei não poderia ser aplicada.

Tatting tenta busca explicações no direito positivo para fundamentar sua posição, mas está com o aspecto emocional dividido e acha que o mais correto é cumprir o que havia sido decidido, ou seja, aplicar a pena condenatória, mas se abstém de votar e pede afastamento do caso por estar muito envolvido emocionalmente.

Keen condena os réus, apesar de ele buscar separar sua opinião como cidadão, que é a favor da absolvição dos réus, da sua posição de Magistrado. Ele acredita que devem ser cumpridos os mandamentos da lei, e acusa Foster de estar tentando usar os “furos” na legislação para absolvição dos réus. Expõe também que o Tatting é uma fracasso na sua função judicial.

Handy relata que uma pesquisa que foi feita para saber a opinião pública e 90% das pessoas absolvem os réus, assim, acredita ele que deve ser levado em conta a opinião publica.

Após a votação, Tatting foi questionado se queria rever o seu voto, mas ele reafirmou que não queria participar da decisão. Dessa forma, com o empate a sentença foi mantida e os réus foram condenados à morte, e sentença foi executada no dia 2 de abril do ano 4300, às 6:00 da manhã.


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